sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Um pedacinho da história...

O dia foi extremamente massante e depois daquele maravilhoso banho de chuva Mônica me convenceu a ir dormir em sua casa que era mais próxima.
Entrei primeiro no banho, ela fazia algo no quarto, enquanto eu estava debaixo d'agua novamente.  A porta do banheiro se abriu e meu coração e todos meus músculos pararam no mesmo estante,  fez-se um minuto de silêncio, que foi quebrado pelo som de sua voz, bem em frente ao box:
-Deixei roupas secas pra você em cima da minha cama e aqui está a toalha. Precisa de algo mais?
-Não, obrigada! -Minha voz saiu meio presa, ela estava do outro lado do vidro esfumaçado, sua respiração não estava calma como de costume.
Fiquei parada olhando sua silhueta, ao som da água do chuveiro caindo em meu corpo nu, pude jurar que vi sua mão se mover para perto do puxador, porém antes de seus dedos o alcançarem ela se virou num solavanco e saiu do banheiro.
Enfim voltei a respirar e terminei meu banho, ao sair para o quarto que estava vazio encontrei as roupas na cama, me caíram tão bem que fiquei me perguntando como ela acertará minhas medidas com tanta precisão.
Quando terminei de me arrumar ela entrou no quarto, de banho tomado também.
-Ual...As roupas ficaram ótimas! -Disse com uma voz tranquila e me olhando com olhos serenos.
-Pois é,  você realmente acertou!-Abrí um sorriso,  que ela retribuiu.
-Quer comer algo antes de dormir?
-Não, obrigada.  Estou exausta e amanhã tenho que estar cedo na loja!-Meu rosto foi de desânimo total, ela sorriu.
-Então vamos dormir. -E deu um pulo para cima da cama,deitando na ponta e me mostrando o canto.
Eu a acompanhei e pulei por cima dela,  me deitei e me cobri, deitada olhando para o teto,  ela esticou o braço e desligou a luz, num interruptor muito bem situado na altura da cama, uma idéia super prática.
-Boa noite...
-Boa noite Mônica.-Eu amava dizer seu nome,  no entanto ela raramente dizia o meu.
Ela virou de costas para mim e eu fiquei ali fitando seus lindo e longos cabelos mais escuros que aquele quarto escuro, seu corpo estava lindo ali como estava sobre q cama.
Fiquei um tempo ali olhando para ela, até adormecer e sonhar com aquele anjo maravilhoso deitado a meu lado. 
Porém acordei durante a noite, havia mudado de posição na cama e foi isso que me acordou.  Minha perna estava no meio das tuas,  e meu braço estava como um cinto de segurança,  prendendo e segurando seu corpo junto ao meu, meu coração estava disparado, eu estava de conchinha!  Apoiei a mão na cama para desvencializar meu corpo ao dela, quando forcei o corpo para cima ela se moveu, então tentei sair mais rápido antes que ela despertasse, quando retirei meu corpo das tuas costas ela gemeu.
-humm...- Sua mão pousou em minha cintura e eu estremeci.
Fiquei imóvel,  então seus dedos se fecharam em meu short emprestado e sem força alguma, tentou me puxar como quem quisera me devolver a posição inicial,  e eu obedeci. Aconcheguei meu corpo ao seu, a abracei como se nunca mais fosse soltar e voltei a dormir.
O silêncio da casa que dormía foi interrompido pelo som de minha música preferida.
Ai, não acredito que já são seis horas. Esquadrinhei a cama com meu braço até encontrar meu celular que urrava embaixo do travesseiro, desliguei-o.
Abrí meus olhos para ter certeza que aquilo não tinha sido apenas um sonho,  pois não era mesmo.
Libertei meu braço e fui tirando a coberta de meu corpo, quando a coberta estava apenas sobre meu anjo,  fui me arrumando e sai de nossa posição de colheres em uma gaveta.
Passei meu corpo por cima do seu sem encostar para não desperta-la, minha perna esquerda estava no chão e a outra a caminho, quando ela se moveu, puxei a outra perna mais rápido e quando fui retirar minha mãe que estava apoiada na cama ouvi o sussurro:
-Não! Fica...Anna fica! -sua mão segurou a minha,  meu coração parou e meu corpo amoleceu, vi seu olhos me fitarem, ela olhava através de meus olhos, como já fizera outras vezes. Parecía que estava olhando minha alma.
-Anna, minha Anna...Fica!-Era uma súplica.
Eu não pude dizer não, me deitei na cama, bem a sua frente e seu braço segurou minha cintura, ela se erguiu o suficiente para aconchegar sua cabeça em meu ombro e apoiar todo seu corpo em mim.
Respirou fundo,  e eu senti a lufada de ar saindo de seu nariz direto para meu pescoço, e eu abracei forte e beijei sua testa...
E ali ficamos.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Ei coração...

Na volta para casa, com a noite já tendo armado sua tenda negra no céu.  Sentí um perfume conhecido, meus olhos vasculharam em volta, a procura daquele sorriso conhecido, busquei em vão por aqueles olhos que me serviam de faróis nos dias mais nublados.
Fechei meus olhos e me prendi naquele perfume, tentando sentir cada pontinha de cheiro espalhada no ar.
As estrelas trouxeram mais recordações,  imagens, sorrisos,  olhares.
O sabor de lábios quentes juntos aos meus fez uma lágrima percorrer meu rosto.
O desejo de um abraço teu me fez arfar baixinho, e querer mais um.
A brisa da noite envolveu meu corpo e me acalentou, a luz da lua serviu-me de guía em meu devaneio e me trouxe de volta a realidade, roubando-me da saudade.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A promessa...

A noite anterior a nova partida foi meio desesperadora. Eu entrei em pânico e não segurei o choro. Ela me viu chorar mais uma vez, e como em todas as vezes que uma de nós chora a outra mantém-se firme para dar apoio. Ela me abraçou forte e ficamos assim por um bom tempo. Abraçadas, eu chorando e ela me fazendo carinho. No outro dia logo cedo partimos para o aeroporto, e eu novamente angustiada e chateada com mais uma despedida. Podíamos ver os sentimentos refletidos um nos olhos da outra. Todos os sentimentos, o amor,  a angustia por mais uma despedida. O check in estava feito, estávamos em frente a sala de embarque, ambas com os olhos cheios de lágrimas. Nos abraçamos e ali em meio a seus braços,  e lágrimas ela me apertou e disse: Eh a última despedida, não passaremos por isso novamente. Te prometo meu amor. Confía em mim?! Eu apenas chorei mais e assenti com a cabeça. Nos despedimos só com o olhar e um selinho, marcou nossa última despedida. Nosso último encontro de desencontro.